Sexta-feira, 28 de Março de 2008

A Charola no reinado de D. Manuel

A reforma da Charola no tempo de D. Manuel, agora transformada em capela-mor da igreja conventual, foi realizada de acordo com um complexo programa decorativo: douraram-se as nervuras da abóbada; foi aplicada uma rica policromia em elementos ornamentais; procedeu-se ao enriquecimento de algumas superfícies com trabalhos de estuque; pintaram-se, a têmpera, no registo superior das paredes do tambor interior, dezasseis dos instrumentos do martírio de Cristo, e, no exterior, temas da Paixão e ainda outros alusivos às Dores da Virgem. É provável que estas pinturas murais, aplicadas a seco e não a fresco sobre o reboco, correspondam àquelas que o pintor Fernão Anes executou por encomenda do rei, a partir de 1510.


Em finais do século XVI, entre 1592 e 1600, os pintores Domingos Serrão e Simão Rodrigues procedem a nova empreitada de pintura mural com temas da Vida de Cristo e das Dores da Virgem, dispostos nos panos superiores do tambor exterior da Charola.


A encomenda de um importante conjunto de pinturas sobre tábua e de escultura de vulto completou a remodelação manuelina da Charola do Convento de Cristo. As pinturas, executadas pela oficina do pintor régio Jorge Afonso, formavam um ciclo composto por 14 tábuas de grandes dimensões, de que restam actualmente apenas sete, representando episódios da Vida e Paixão de Cristo.


Instaladas sobre mísulas coroadas por baldaquinos dispostos nas esquinas dos arcos do tambor interior da Charola, distribuem-se as esculturas de vulto devidas ao artista flamengo Olivier de Gand, assistido por Fernão Muñoz. Além de um magnífico Calvário, estas obras incluem a representação de Santos e Doutores da Igreja, bem como de Profetas do Antigo Testamento.



Texto: IGESPAR


publicado por Equipa SAPO às 11:37
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