Terminada a reintegração cromática da Circunsisão, na quarta-feira aplicámos a camada de verniz final assim como na pintura do tramo 8.
Tentámos fechar o “belo” brasão do registo médio do tramo 7 antes de partirmos para o fim de semana – 25 de Abril Sempre!
Acertámos os ultimos detalhes, corrigimos os derradeiros pormenores, subimos e descemos o andaime procurando uma lacuna esquecida, um retoque que abateu! Mas como para a semana é o Dia do Trabalhador , a luta continua!
Por fim vejam um pequeno vídeo onde explico um pormenor do restauro.
É importante mencionar que os guadamecis são raros em Portugal e que a grande maioria é do século XVIII. Apesar de muito alterados, os existentes na coluna 5 da Charola são, muito provavelmente, os guadamecis mais antigos conhecidos em Portugal e que ainda se mantêm no local de origem.
Concluída a remoção da cal que cobria os estuques do registo superior do tramo 7 é agora altura de se proceder à sua limpeza para se dar início à reintegração cromática (retoque) dos fundos policromados.
Continuamos com a reintegração cromática da grande pintura do registo superior do tramo 6 – A Circuncisão.
A Cristina e a Sandra andam pelos níveis inferiores do andaime a reintegrar cromaticamente a pintura decorativa e a tonalizar as novas peças em gesso. Os arcos em estuque do registo médio apresentavan perda considerável de elementos como parte dos colunelos e bases.
Tendo em conta o seu carácter arquitectónico e repetitivo foi desde sempre assumida a necessidade da sua reposição.
Paralelamente a tudo isto, que parece pouco mas é muito, tentamos dar caça a um casal de pombos que decidiu instalar-se no tambor central. Antes de partirmos de fim-de-semana vamos dar o primeiro passo com a colocação de uma grande gaiola.
Arquitectonicamente a Charola é constituída por um tambor central octogonal e um deambulatório exterior de 16 faces – a cada uma das oito faces do tambor correspondem duas do deambulatório.
Estas 16 faces – tramos - foram numeradas, por uma questão de facilidade documental, de 1 a 16 sendo a nº 1 a primeira à direita de quem acessa a Charola através do arco triunfal.
Cada tramo, tendo em conta a sua imponente altura, é dividido em três registos – superior, médio ou intermédio e inferior.
O registo superior é constituído pelas grandes pinturas murais intercaladas pelos janelões – os tramos impares têm janela e os pares pintura. Tal ritmo apenas é quebrado nos tramos 13 e 15. Em ambos os casos estamos perante entaipamento das originais janelas com posterior execução de pintura mural – no tramo 13 o Adão e Eva e no 15 a Apresentação de Cristo a Pilatos.
O registo médio é preenchido pela colecção de pintura sobre tábua encimadas pelos murais putti com filacteras.
O registo inferior é ocupado pelas pequenas capelas, portas de acesso à torre sineira e Claustro do Cemitério e um tumulo – tramo 9.
Esta intervenção integra em redor da Nova Conservação um grupo de parceiros conservadores/restauradores como Arlinda Ribeiro, Alexandra Joaquim, Sandra Alves e o atelier Mural da História, assim como um leque alargado de colaboradores externos.
Equipa em obra
Temos recebido alguns comentários de pessoas de Tomar, que têm um carinho muito especial pela Charola. Para os manter a par do projecto desenvolvido, aqui seguem informações sobre o Concurso Público que deu origem aos actuais trabalhos.
Concurso Público Internacional nº 1
Convento de Cristo
Arco Triunfal e Intradorso da Charola
Tratamento de Conservação e Restauro de pintura mural e pedra policromada
Concurso Público Internacional nº 2
Convento de Cristo
Tramos do deambulatório da Charola
Tratamento de Conservação e Restauro de pintura mural, estuques e outros elementos aplicados nas superfícies parietais
Pretende-se que após este concurso, sejam lançados novos projectos e que os trabalhos prossigam com alguma continuidade.