Andreia Galvão, vice-directora do IGESPAR, esteve no Convento de Cristo no dia dos Monumentos e Sítios e aproveitou para salientar a importância do trabalho de conservação e restauro levado a cabo na Charola.
Nesta segunda intervenção na Charola, os conservadores restauradores fizeram uma descoberta pro acaso. A descoberta de alguns fragmentos de um vitral que se encontravam por baixo do janelão de um dos tramos entusiasmaram a equipa.
Os trabalhos de conservação e restauro da Charola do Convento de Cristo voltaram em Fevereiro desta vez para uma intervenção de menor dimensão. O Conservador Restaurador José Pestana explica esta nova intervenção.
Nuno da Mata Almeida, visitante do blog, comentou no post anterior:
«Em primeiro lugar, parabéns pelo excelente trabalho!
O restauro que é feito directamente sobre a pedra, tem uma durabilidade de quanto tempo?
A minha pergunta prende-se pelo facto de a cidade de Tomar ser extremamente húmida no Inverno, e do facto de o trabalho ser realizado directamente na pedra, que não é propriamente o material mais permeável à condensação.»
Relativamente à durabilidade é impossível dar-lhe uma resposta exacta.
Sendo a pintura da Charola executada directamente (ainda podemos usar o adorável c, é aproveitar) sobre a pedra nunca poderíamos, na nossa intervenção, alterar tal facto. Mas apesar da humidade que refere, que é real e facilmente sentida, tal não é factor determinante na conservação das pinturas.
A Charola, devido a uma grande inteligência construtiva, apresenta sempre uma temperatura constante de 21/ 22 graus centígrados. Durante a nossa intervenção realizámos um controle constante da temperatura e humidade da área intervencionada e confirmámos tal dados – a humidade varia consoante as alterações atmosféricas mas a temperatura é constante. Ambas são insensíveis à nossa presença, que chegou a ser de 16 pessoas mais a enorme estrutura de andaimes, assim como aos pontos de luz, de 500 W, necessários à execução do trabalho.
Estando a pintura ambientada a tal situação grave seria a abolição total da humidade.
Talvez tenha visto o Roma do Fellini. Há aí uma cena que, apesar da rapidez cinematográfica, ilustra bem a consequência de uma rápida alteração atmosférica sobra as pinturas murais – é quando, durante a construção do metro, são descobertas pinturas murais romanas que rapidamente adquirem um véu branco quando expostas, isto é, quando lhes é alterado o seu ambiente natural.
Espero que continue a visitar o nosso blog e, principalmente, que visite a Charola.